13 de dez. de 2012

João-O início, do princípio do começo!!!

 


Meu segundo filho foi planejado por nossa família, esperado e amado.
Vou contar tudo, por que sempre me fazem perguntas referentes ao pré-natal e parto.

Minha gestação foi absolutamente normal, todos exames eu comparava com o do meu primeiro filho, inclusive os resultados sempre foram muito semelhantes, visto que eles foram concebidos em dias próximos, só 4 anos depois.
Ele nasceu de parto normal, e se desenvolveu como o habitual. Quando tinha cinco meses comecei a perceber que ele não usava a perninha esquerda, fiquei muito intrigada e marquei uma consulta com um ortopedista, jamais na minha vida esquecerei as palavras duras que ouvi naquela consulta, fui chamada de neurótica. O Dr sugeriu que eu estava comparando demais os meus filhos e que o João tinha o tempo dele e eu não estava respeitando. Por acaso eu já não tinha descartado essa possibilidade de apenas ser uma exigência de mãe de dois? Sim, tinha descartado!

Eu sabia claramente, pois existe um sentimento de inspiração que toda mãe tem, sabe aquele instinto que te toca de uma forma que ninguém mais entende? Eu sentia que existia algo errado com meu filho. E aquela consulta desanimadora só me instigou a ir adiante.

Aí começaram as buscas por médicos que me dessem crédito, se eu for contar todas as experiências que eu tive até encontrar o nosso querido médico seria um desgaste pra você, contudo, não posso deixar de falar sobre a derradeira e promissora consulta. Teve um dia que me deu um sentimento de buscar uma orientação onde nunca imaginei. Pensei comigo, vou ligar para determinada clínica e se caso não puderem me atender vou me plantar lá na frente e só sairei quando me ouvirem! Cheguei chorando(afff) e implorei que algum ortopedista de plantão, qualquer um, olhasse os exames do João e me desse um amparo. Fui a última a ser chamada naquela noite, fui acolhida e entendida, talvez as lágrimas de uma mãe o comoveu, não sei, o médico disse que ele não era adequado mas nos direcionou ao nosso doutor especial.

Fiquei esperançosa, e marquei assim que pude a consulta. Incrível o sentimento que meu marido e eu tivemos na primeira consulta, tipo: solução dos nossos problemas! Ele viu os exames que tínhamos em mãos e de imediato nos orientou a parar com as fisioterapias que estávamos fazendo, pois o caso do João era mais sério e ele precisaria fazer uma cirurgia.. Porém o nosso plano não cobria os hospitais que o Dr atendia, ficamos tristes, mas haveria alguma solução. Pensamos em fazer um plano de saúde particular para fazer a cirurgia, mas o Dr nos impediu, ele fez algo que não existe. Ele se credenciou no hospital que nosso plano cobria. Os outros médicos sequer queriam assumir o caso do nosso filhinho, imagina se algum doutor especialista, com quarenta anos de profissão se habilitaria a enfrentar toda a burocracia de um credenciamento hospitalar para atender um paciente! Apenas uma explicação, foi enviado pelo Senhor. Depois de passar o período da carência, ele pôde operar no nosso hospital e fizemos a cirurgia no quadril do João e foi um sucesso. Ele não tinha o quadril formado adequadamente e apresentava algumas displasias no fêmur. Mas não sabíamos nada a respeito de uma doença grave, a princípio essa intervenção e fisioterapias resolveriam.

Mas o Dr. verificou que as displasias não se encaixavam em nenhuma síndrome e decidiu averiguar mais profundamente.

Alguns meses depois fomos em uma consulta de rotina e o Dr. nos declarou de maneira oficial a sua doença, não imaginávamos que ele juntamente com especialistas da Califórnia chegassem a determinada doença, se chama Displasia Hemimélica mais conhecida como Doença de Trévor, ela acomete,( na forma que está instalada no corpo do nosso filhinho) uma a cada quatro milhões de crianças, extremamente rara. Não tem cura nem tratamento, devemos monitorar através de exames semestrais o desenvolvimento da mesma.

Hoje ele tem tumores que estão benignos, por todo o lado esquerdo do corpo. Estão não! Nossa fé afirma que ficarão assim... benignos!
Já sabemos que ele precisará de cirurgias reparatórias no decorrer da sua vida, as epífises do João aumentam e lhe causam dor. E tu sabes que a dor de um filho é a nossa própria dor, talvez de forma mais intensa pois ficamos restritos apenas a doar amor, como se amor bastasse na hora do sofrimento.

Inicialmente sentí-me muito triste, como se meu coração fosse partir em mil. Claro, pode haver dor mais ‘doída’ do que aquela que sente-se por um filho? Mas depois de alguns dias de choro e muita oração fui recompensada com uma força que não tem explicação, apenas tem consolado meu coração.

Sempre, sempre... até o fim cuidando e amando meu filhinho. Porque ele de fato é muito precioso e especial!




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4 comentários:

  1. Oh minha amiga querida, pude acompanhar um pouco dessa história desde o início e posso dizer com todas as letras que realmente tua fé cresceu de uma maneira tão grande e te tornaste uma mulher mais forte! E sei que o Senhor que tem te dado essa força "inexplicável" nesses momentos! Já te falei isso e não canso de dizer, o João é um menino incrível. Doce, querido, cheio de energia, de alegria e de vida. Aquele sorriso dele encanta e faz qq um esquecer os piores problemas!
    Sei que todo esse tempo as coisas não tem sido fáceis para vocês,a dor de um filho realmente dói muito na gente, pois na maior parte não temos muito o que fazer a não ser consolar e esperar passar... quem dera a dor passasse para nós como um passe de mágica... mas sei tb que vocês tem muita confiança no Pai Celestial e que Ele ouve suas orações de uma mãe justa e amorosa!

    Parabéns por essa família linda que tens e que eu admiro e sempre admirei!!

    Tudo ficará bem, porque o Senhor conhece seus corações!

    Conta com minha amizade e minhas orações!!
    Para o que precisar estarei aqui!

    beijo grande

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    1. Paty
      Me emocionei agora, obrigada por estas palavras tão generosas e cheias de carinho.
      A minha certeza e gratidão é que nunca, jamais, em tempo algum estive sozinha, sempre tive fé,tive o consolo do Pai Celestial e muitos amigos queridos ao nosso lado. Obrigada por ser uma dessas pessoas!

      Um beijão com amor ♥

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  2. Gi, eu não sabia. Nem sei o que dizer a não ser que é uma sorte muito grande você ser a màe de seus filhos. Você é uma mulher forte e muito dedicada a família e acho incrível ver o amor com que você lida com as coisas no seu entorno. Desejo, de coração, que vocês sigam se amando dessa forma que é possível perceber em cada palavra sua. Beijos, beijos e beijos, estou por aqui, para o que precisar.

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    1. Tati! Nem nos conhecemos pessoalmente e já sinto tua amizade. Obrigada pelas palavras! Um beijo com amor

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